Uma das principais belezas das Olimpíadas passa pelo fato de ali estarem reunidos, em geral, salvo exceções, como no futebol masculino, os melhores atletas do mundo. Em diversos sentidos, portanto, trata-se de um produto que vende-se por si só.
O esmero, a qualidade, a grandiloquência da coisa estão no talento, na grandeza que o ser humano pode atingir em determinadas searas. Nesse sentido, o comportamento histriônico e as patriotadas, as pachecadas que marcam boa parte da cobertura midiática, haveriam de ser para lá de dispensáveis.
A linha é tênue entre certo orgulho altivo e saudável por ser parte de uma nação, e o populismo barato, rasteiro, cafona – e até extremista, preconceituoso. Ademais, há sempre de se refletir em que medida o nacionalismo se trata de algo digno de ser cultivado, glorificado.
Mais parcimônia, mais tecnicismo, aliados a contextualizações históricas e culturais, seriam bem-vindos em muitos veículos por aí, ao invés da constante vitimização, e da colocação da coisa toda como uma verdadeira batalha entre nações.
Outra tendência do “jornalismo” contemporâneo, é a de resvalar além da conta num suposto humor, numa teórica descontração. Sisudez não é sinônimo de imparcialidade, de intelectualidade, mas trocadilhos tão infames quanto intermináveis e a idealização da quinta série como padrão a ser perseguido proliferam-se por aí, afugentando o espectador com pouco mais de dois neurônios.
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