Nós, humanos, demasiado humanos, tendemos a procurar, na hora de criticar, motivos, argumentações mais palpáveis, tangíveis, para explicar nossa censura a determinada coisa e/ou personagem. Mas os problemas, muitas vezes, estão em fatores que beiram o indizível. Ou, no mínimo, aquilo que se mostra mais difícil de fundamentar.
Gabriel Milito anda merecendo várias repreensões pelo trabalho no mínimo errante que vem realizando no Galo na temporada. O direcionamento, na hora de apontar o dedo, por parte da imprensa e da torcida, porém, não tem sido cirúrgico, correto, na minha visão.
Vem se falando muito de questões ligadas à escalação, a improvisações, e, aí sim, com certa dose de precisão, às substituições que ele não fez e/ou demorou a concretizar durante a final de sábado, mesmo tendo um atleta a mais desde o início do confronto. O principal entrave do labor desse profissional, contudo, flerta com pontos menos, por certo sentido, concretos, “objetivos” para se apontar o dedo. Não, o obstáculo primordial não andou trafegando pelas escolhas de nomes e/ou pelas supostas adaptações de jogadores a setores que não lhes são os mais óbvios/naturais.
O que mais pega, no fundo, é que o treinador alvinegro não conseguiu, ao longo de 2024, conceder ao seu conjunto consistência, regularidade, uma liga digna de nota nas duas pontas: para defender e criar. Dinamismo, toca, passa, faz, acontece, agride, repertório, automatização, compactação, aproximação, tabelas, infiltrações e penetrações para criar chances cristalinas em profusão… Por essas alçadas, aí sim, orbitam, os defeitos centrais da execução do labor do nosso personagem em tela.






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