Cruzeiro e Boca: análise tática – e de outros aspectos – do confronto na Bombonera

Depois de um primeiro tempo correto defensivamente na Bombonera, em que não brilhou criativamente, mas teve considerável dose de controle do jogo, o Cruzeiro caiu muito de rendimento na etapa derradeira, e perdeu para o Boca Juniors por um a zero, tento assinado por Cavani.

Se a principal dúvida antes da partida passava por quem seria o camisa 5, Walace ou Lucas Romero, Fernando Seabra, em algum grau, surpreendeu, e escalou os dois juntos – o primeiro, como a peça mais centralizada e recuada do meio-campo, e o argentino, ligeiramente mais adiantado e caindo um pouco pela direita.

Completaram o conjunto, do meio para frente, Barreal, como peça que marcava e saia para o ataque com tendências a dialogar mais com Marlon, pela esquerda, Matheus Pereira, ora qual a ponta do losango, ora mais avançado, e, na frente, formando a dupla de ataque, Arthur Gomes, mais pelo flanco canhoto, e Lautaro Díaz, do lado oposto.

Nos 45 minutos iniciais, o duelo fora pobre em termos de emoção e esplendor técnico. Cássio participara pouco do confronto. A Raposa, porém, também pouco ameaçara a meta inimiga.

Em determinados lances, Matheus Pereira ensaiou alguns dos seus lançamentos e/ou passes verticais precisos. Por pouco, todavia, essas tentativas pegaram os companheiros em impedimento.

Já na segunda metade do enfrentamento, o Boca se soltou, tornou-se mais perigoso, e se não estabeleceu uma verdadeira blitz no campo mineiro, construiu o suficiente para merecer o triunfo.

A vitória simples refletiu bem a ligeira vantagem dos donos da casa como um todo. 52% de posse de bola para eles, que tiveram ainda 3 arremates em direção à baliza celeste, contra somente um chute a gol do esquadrão de Belo Horizonte em toda a disputa. Foram ainda 7 escanteios para os Xeneizes, contra nenhum para os azuis.