O Galo perdeu feio para o Flamengo na última quarta, na Arena MRV, por 4 a 2, com atuação pífia, e a principal lição da trágica noite fica para Gabriel Milito. Aliás, passa por algo que já foi abordado aqui na coluna.
Os grandes técnicos não são aqueles que têm uma estrutura de jogo e com ela morrem abraçados independentemente de adversários e circunstâncias. Possuir preferências, tendências, ok. Louvável. Mas ser samba de uma nota só… É preciso saber dançar conforme a música. Montar um time com uma plataforma que se adeque mais aos jogadores que se possui, às características deles – e também, ao oponente que estará do outro lado: eis um mantra interessante.
O comandante alvinegro vem se mostrando preso demais ao desenho com uma saída de três, dois alas, Battaglia como zagueiro, ou híbrido de defensor e volante. Há momentos em que se mostra preciso simplificar. Não é feio, sem Arana e Rubens, dependendo do rival, escalar uma linha de quatro com um zagueiro na lateral esquerda. Guardiola, o melhor técnico de todos os tempos, faz isso direto no Manchester City, inclusive.
O Cruzeiro também perdeu na última rodada do Nacional. Ficaram claras, escancaradas as dificuldades criativas e os problemas para fazer gols. O ensinamento para Seabra, no caso celeste, é de outra natureza. Com os ótimos reforços trazidos por Pedrinho e Mattos, ele terá de trocar todo o time do meio para frente, deixando só Matheus Pereira e, talvez, no máximo, Lucas Romero – e olhe lá, no caso desse último. A barca que fora montada por Ronaldo é fraca demais tecnicamente.
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